Perspectiva

Estava hoje no ônibus, voltando do trabalho, ouvindo Rufus Wainwright e olhando as pessoas pela janela. Às vezes olho um pouco mais pra cima, para os prédios. É interessante ver as janelas nos prédios enquanto a gente passa. Pequenas fotografias das vidas daquelas pessoinhas sem nome. As luzes, azuis, amarelas, brancas, apagadas. Cortinas fechadas, persianas levantadas. De vez em quando uma senhora olha de volta pela sua janela. Eu gosto de olhar. Não, nada de "Big Brother", apenas gosto de olhar. Olhas as ruas, olhar as pessoas, olhar o mundo. Observar. E num determinado momento lá, observando as janelas, levantei mais um pouco os olhos, e já não via mais a rua, apenas a parte alta dos prédios e o céu escuro. E me dei conta de quanto tempo eu não olhava pra cima. Literalmente. Ninguém mais olha pra cima. Todo mundo correndo, preocupado, cabisbaixo. Reclinei mais o banco do ônibus e fiquei olhando pra cima, vendo os prédios, postes, placas e árvores passando "de baixo pra cima", ao invés de "de um lado para o outro". Uma pequena mudança de perspectiva que, aliada ao que eu estava ouvindo, me fez ter uma experiência completamente diferente durante um percurso que eu faço 5 dias por semana durante todo o ano. É, às vezes não se precisa muito pra ver as coisas de outra maneira.

Mutante...

(texto colado diretamente de uma mensagem que mandei por email, então pode ser que não faça muito sentido. mas é só pra registrar mesmo)

Ontem eu comprei a revista outracoisa, que tá com o CD novo do Arnaldo Baptista encartado, e tem uma nota do líder dos Wondermints (banda que está acompanhando o Brian Wilson) comparando os dois, ecolocando-os no mesmo patamar. O que é interessante.

Ouvi o CD ontem, e é um disco um pouco difícil de ser ouvido da primeira vez, mas depois ele vai melhorando... Infelizmente, oArnaldo hoje já não tem tanto controle da voz dele como tinha antes do acidente, então o processo de se ouvir o disco pode ser um pouco dificultado por isso.

Mas tem músicas muito interessantes.