20020731

Dia 14: Madrid - Brasil
Alojamento e café da manhã. Em horário apropriado traslado ao aeroporto com destino à sua cidade de origem.

Fernanda me ligou hoje pela última vez da Espanha. Ligou da Plaza Mayor, e provavelmente essa era a praça que eu tinha esquecido o nome da outra vez. Falou que iria sair para o aeroporto por volta das 9:30 da noite, então era praticamente mais um dia inteiro em Madrid.

Mas nada disso importa agora, porque ela está chegando amanhã de manhã!!!

E com isso eu encerro mais uma "viagem virtual blogueira"...

¡Adiós!
Boa notícia: os Paralamas do Sucesso estão de volta, depois do acidente de Herbert Vianna!
Depois os portugueses não sabem porque são alvo de piadas... notícia publicada no jornal Diário de Notícias: "Esquerda e direita em lados opostos".

??!!?!?

20020730

Tempo recorde: já comprei o CD do ao vivo do Pato Fu. Mas não vou ficar comentando aqui não, tudo o que eu falei do programa vale pro cd...



Dia 13: Granada - Madrid
Café da manhã. Visita do Palácio da Alhambra e os Jardins do Generalife. Saída para Madrid, almoço em rota. Alojamento.

A história de Granada começa com pequenos povoados de tribos ibéricas. Por volta de 1000 a.C. os fenícios construíram vilas na região. Quando os cartagineses tomaram a costa dos fenícios, assim como o controle do comércio na área (550 a.C.) eles também iniciaram a população de Granada, na época chamada de Elybirge. Uns 300 anos depois os romanos conquistaram toda a península ibérica e o nome da cidade foi mudado para Ilíberis, que não teve um papel muito importante para o Império Romano e, quando o Império começou a decair no século V os visigodos tomaram a cidade. Sob o comando visigodo o tamanho da cidade começou a aumentar, assim como sua importância. O Cristianismo começou a ganhar popularidade entre a população e Granada foi utilizada pela primeira vez como um importante ponto militar. Na mesma época uma pequena comunidade de judeus também se estabeleceu numa área de Grana, chamando-a de Garnata al-Yahut. Em 711 Granada foi invadida por Tariq e a cidade foi finalmente conquistada pelos árabes em 713, recebendo o nome de Ilbira. Em 1010 conflitos internos entre diferentes clãs de nobres árabes quase destruiu toda a cidade. Três anos depois, com a situação resolvida, os Ziries assumiram o poder, declarando independência do Marrocos e formando seu próprio reino na cidade, chamada na época de Gárnata. Também mudaram a cidade de Sierra Elvira para Albacín para poder protegê-la melhor de ataques. Os Ziries se mantiveram no poder durante 2 séculos, constantemente expandindo a cidade. Com a dinastia Nazari, Granada viveu uma época de esplendor, tendo sob seu poder as províncias de Granada, Málaga, e Almaria, e ainda partes de Córdoba, Sevilha, Cádiz e Jaen. Também durante o período dos Nazari foram construídos a fortaleza e o palácio de Alhambra e Generalife, assim como a área hoje conhecida como Albacín. Quando os reis cristãos Ferdinando e Isabel começaram a expulsar os mouros da Espanha, Granada começou a receber um grande fluxo de pessoas e riquezas, vindo de Córdoba, Sevilha, e outras cidades. Foi a última cidade a cair nas mãos dos reis cristãos, em 1492. Os muçulmanos e judeus que viviam na região foram forçados a deixar o país ou a se converterem ao cristianismo. Na mesma época, Cristóvão Colombo foi a Granada pedir a Isabel e Ferdinando uma concessão para construir navios para conquistar a América.


Granada vista do castelo de Alhambra


Concebida inicialmente como uma zonamilitar, a Alhambra passou a ser a residência real e da corte de Granada em meados do século XIII. Durante os séculos XIII, XIV e XV a fortaleza se converte em uma cidadela de altas muralhas e torres defensivas que abriga duas zonas principais: a zona militar (Alcazaba) e a medina. Além de ser o mais importante, é também o palácio árabe mais bem conservado de sua época. O nome quer dizer "o vermelho" e se refere à cor da montanha em que se situa. Existem duas entradas: a Puerta de las Armas, ao norte, e a Puerta de la Justicia, ao sul.


Vista panorâmica do castelo de Alhambra



Puerta de la Justicia


O Generalife era a área de lazer dos reis Nazaries, construído por Muhammad II com a finalidade de servir de horta para o abastecimento dos palácios, assim com opara se erguer a residência de campo do sultão. Para consegui criar um verdadeiro "paraíso" no meio de um clima árido, Al-Ahmar desviou o rio Darro por canais e o fez chegar até seu palacete.


Generalife - Patio de la Acequia


Se isso era pra ser uma horta, eu não sei o que seria o jardim... =P


Geberalife


Amanhã é o último dia na Espanha, o que quer dizer que depois de amanhã a Fernanda já está de volta!!! wooo!! =]

20020729

Da série It's a mad, mad, mad world...


Briga entre monges fere 11 na igreja do Santo Sepulcro
15h15 - 29/07/2002


Por Megan Goldin

JERUSALÉM (Reuters) - O teto da Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, ficou com a aparência de um campo de batalha na segunda-feira, depois que monges das igrejas Egípcia Copta e Etíope brigaram por causa da posição de uma cadeira. Segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado neste local.

Onze monges foram hospitalizados por causa da briga na igreja, que envolveu pedras, barras de metal e móveis sendo lançados de um lado para outro.

Seis seitas cristãs guardam o templo, por uma decisão que remonta à época do Império Otomano (1757). A guerra entre duas delas, ambas originárias do norte da África, começou há vários anos, mas ganhou força há algumas semanas, quando um velho monge desrespeitou as "fronteiras" da igreja e colocou uma cadeira no território dos etíopes, que estava à sombra.

"Estão tentando nos expulsar," disse um monge etíope sobre os coptas. Os etíopes chamam esta igreja bizantina, do século 3, de Casa do Sultão Salomão, porque acreditam que o rei bíblico Salomão a deu de presente à rainha de Sabá.

Os etíopes perderam a posse do telhado no fim do século 19, quando os coptas se aproveitaram de uma epidemia e tomaram conta do lugar. Mas em 1970 os coptas se descuidaram da vigilância e os etíopes voltaram para ocupar uma capela do local, de onde não se retiraram mais.

Desde então, um monge etíope fica permanentemente em um canto da capela. O monge egípcio que provocou o incidente vive no telhado desde 1970, para preservar os direitos de sua seita. Ele deslocou a cadeira para a sombra, invadindo o território dos etíopes, num dia de muito calor.

"Eles o provocaram," acusa o padre copta Afrayim, que vive no monastério vizinho. "Eles o empurraram e chamaram umas mulheres para beliscá-lo," afirmou.

Um lado acusa o outro de ter atirado a primeira pedra -- ou dado o primeiro soco. A polícia precisou intervir para acabar com a confusão.

TENSÃO NO TEMPLO SAGRADO

Pelo menos sete monges etíopes e quatro egípcios ficaram feridos. Segundo os etíopes, um de seus monges permanece inconsciente. Os coptas afirmam que um dos seus teve um braço quebrado.

Mesmo depois da briga, os nervos continuam à flor da pele. Na segunda-feira, um monge egípcio vaiava os adversários e passava a mão pela garganta, indicando um degolamento.

"Querem nos matar. Não querem que a gente viva aqui," disse um monge etíope, com a voz distorcida pela histeria. "O que fizemos para que Deus nos esteja punindo desse jeito?"

Alguns monges etíopes se sentaram em uma fileira de cadeiras, provocativamente, ao lado do guardião egípcio. Dentro dos barracões de concreto construídos na laje, monges etíopes tratavam das próprias feridas, perguntando-se como uma comunidade tão pobre poderia pagar uma ambulância.

O Ministério de Assuntos Religiosos de Israel disse que vai tentar mediar um acordo entre as duas partes.

Notícia publicada no UOL Últimas Notícias.



E voltando à viagem...

Dia 12: Costa do Sol - Granada
Café da manhã. Pela manhã saída até Granada. Jantar e alojamento.

Mais um dia de viagem. É, um dia inteiro! A Fernanda vai chegar no Brasil morta de cansaço desse jeito... Amanhã vai ter coisa pra ver em Granada, então fica pra amanhã mesmo.

20020728

Hoje eu tentei ligar pra Fê de novo, já de volta à Espanha (Costa do Sol). Dessa vez eu pude gastar todo o meu portunhol fluente, a até que me saí bem. Só que a mocinha lá do hotel me disse que, pelo nome, não encontrava ninguém, e o único grupo que estava no hotel era um grupo de americanos. Confirmei o nome do hotel e o endereço, que estavam certos, e então agradeci e desliguei. Dois minutos depois, toca o telefone. Era a Fernanda me ligando, disse que tinha acabado de chegar no hotel. Estava muito cansada da viagem, foi o dia inteiro viajando, e amanhã também, mas que está gostando muito e que valeu muito a pena ter ido ao Marrocos. E agora falta pouco pra ela voltar!!!



Dia 11: Rabat - Tanger - Costa do Sol
Café da manhã. Saída até Tanger. Embarque em Ferry rumo a Algeciras. Desembarque e traslado a Costa do Sol. Jantar e alojamento.

Rabat é hoje a capital política e administrativa do Marrocos. Abriga diversos monumentos históricos e alguns dos museus mais importantes do país. É também o local onde se encontra o principal Palácio Real, construído em 1950. Todas as embaixadas internacionais no Marrocos estão em Rabat. Junto com Salé, uma cidade vizinha, separada apenas pelo rio Bou Regreg, sua população chega a quase 2 milhões de pessoas, fazendo da cidade a segunda maior do país, perdendo apenas para Casablanca.

Rabat foi fundada como um posto avançado árabe no século XII e recebeu o nome genérico para acampamento militar, "Ribat". Durante séculos Rabat e Salé foram principados rivais mas logo Rabat começou a dominar a área e o poder de Salé foi diminuindo. Rabat se tornou uma das quatro cidades imperiais do Marrocos e no século XII o grande conquistador almohade Yacoub Al Mansour fez da cidade o símbolo de sua supremacia. A cidade foi desenvolvida no século XIII pelos merenides, que fizeram dela o local da necrópolis Chellah, construída sobre os restos da antiga cidade romana de Sala. No início do século XVII se tornou um centro de pirataria anti-Europa centralizada na fortaleza do Kasbah des Oudaias. Rabat se tornou uma capital moderna pela primeira vez em 1912, pelos franceses e continuou como capital da nação após a independência em 1956 e a residência da família real.


Rabat.



Rabat.



Chellah.



Portão de Chellah


A chamada "torre de Hassan" é a única parte que foi completada de uma mesquita que começou a ser construída no século XII, e que seria a maior mesquita do mundo muçulmano depois da mesquita Samara no Iraque. O projeto foi abandonado depois da morte do sultão Yakub el Mansur em 1199. Hoje é o símbolo de Rabat.


Torre de Hassan


O palácio Real, construído em 1864, é composto de diversos edifícios, entre eles o Gabinete Real, os escritórios do Primeiro Minstro, a Suprema Corte, a Escola Imperial, o quartel real e a mesquita Al Faeh. Abriga também o Museu Arqueológico.


Portões do Palácio Real em Rabat.


E Rabat também tem seu festival...

Tanger já foi "não-vista" antes, e vai continuar assim. =] E, pelo mesmo motivo, vou deixar Costa do Sol também.

20020727

Dia 10: Marrakech - Casablanca - Rabat
Café da manhã e saída até Casablanca, visita panorâmica (almoço livre). Continuando a viagem até Rabat, visita da cidade. Jantar e Alojamento.

Casablanca é conhecida mundialmente, se não por mérito próprio, então pelo menos pelo filme.

Sua origem remonta a uma cidade medieval chamada Anfa, que foi capital de um principado Berbere depois das invasões árabes nos séculos VII e VIII. No século XI os Almoravides declararam guerra santa contra os Berberes (que haviam se desviado do Islã, elegendo seu próprio profeta, e um "qur'an" em língua berbere), que foram finalmente derrotados pelo sultão almohade Abdul Mou'min. A cidade ficou sob a influência dos Merimids durante o século XIII mas logo se tornou independente quando a dinastia enfraqueceu. Foi destruída pelos portugueses em 1468, em represália à pirataria. Eles enviaram uma frota de 50 embarcações e 10.000 soldados para ocupar a cidade, que foi saqueada e abandonada. Logo depois a pirataria recomeçou e os portugueses voltaram em 1515 e destruíram a cidade mais uma vez. Em 1575 a cidade foi reconstruída e chamada de Casa Branca pelos portugueses, numa tentativa de estabelecer o controle na área, mas os governantes portugueses eram constantemente atacados por tribos muçulmanas das redondezas e foram finalmente forçados a abandonar a cidade após um terremoto em 1755. Sob o reinado de Sidi Mohamed ben Abdallah (1757-1790) a cidade foi reconstruída e renomeada Dar Al Beida (Casa Branca), que os espanhóis mais tarde traduziriam como Casablanca depois que o comércio se tornou bem estabelecido com mercadores de Cádiz e Madrid. Depois de uma rebelião, o porto foi fechado e todo o comércio com a Europa foi desviado para Rabat. Em 1830 o porto foi reaberto mas o comércio continuou lento por um tempo. Apenas na metade do século XIX Casablanca começou a crescer como resultado de comércio marítimo regular entre o Marrocos e a Europa. As relações comerciais entre Casablanca e a Europa se fortaleceram com o desenvolvimento das instalações portuárias e o estabelecimento de serviços marítmos regulares entre o Marrocos e Maresilles. A influência francesa aumentou durante o resto do século XIX. Em 1906 foi inciada a construção de um novo porto sob supervisão francesa, mas em 30 de julho de 1907 nove trabalhadores franceses foram massacrados e o consulado francês foi sitiado. O governo francês mandou uma força expedicionária e ocupou a cidade. Em 1912 o General Lyautey (é, esse aí já apareceu tanto nas histórias das cidades que eu resolvi descobrir quem era...) foi designado general residente e completou a construção do porto, fazendo de Casablanca o centro econômico do país. Com isso a cidade se transformou no maior centro metropolitano do país até a independência em 1956. Hoje é a maior cidade do Marrocos, com 60% de todas as companhias marroquinas e praticamente todos os bancos com suas matrizes na cidade.


Casablanca - Mesquita de Hassan II ao fundo



Casablanca - Mesquita de Hassan II em primeiro plano



Casblanca


O principal (e talvez único) ponto realmente turístico em Casablanca é a Mesquita de Hassan II, uma das maiores e mais espetaculares do mundo. Sua nave principal tem capacidade para 25.000 pessoas, e outras 80.000 podem ser acomodadas em sua praça externa. Tem também a torre mais alta, com 200m. O rei do Marrocos na época, Hassan II, mencionou esta mesquita pela primeira vez em 1980, dizendo que a construiria na água, porque o trono de Deus é na água. Ela foi inaugurada em 1993. A mesquita foi financiada por doações, e o custo toal foi estimado em US$800.000.000,00!!!!!!!


Mesquita de Hassan II à noite



Mesquita de Hassan II


Um link que encontrei pra quem quiser se aventurar: a Rádio Casablanca, com direito a streaming! "Play it again, Sam."

Uma coisa interessante enquanto eu procurava as informações sobre Casablanca foi que, por causa da popularidade que a cidade ganhou com o filme, você encontra as coisas mais diferentes usando o nome da cidade. Exemplos? Um drink, banda de festa, provedor de acesso à internet tcheco, cybercafe polonês, time de futebol, loja de quadrinhos, agência mineira de publicidade, orquestra, agência de modelos, além da infinidade de hotéis, bares e restaurantes... dá pra ver que foi um pouquinho mais difícil de achar informações que as outras cidades né?

Como amanhã é outro dia de viagem, voltando pra Espanha, então vou deixar Rabat pra amanhã também...

20020726

Acabei de assistir ao Pato Fu ao vivo na MTV.

1 - Queria ter podido ir nas gravações
2 - Tá bom demais
3 - Eu quero o CD
4 - Eu quero o DVD

Como eles mesmos disseram, eles quiseram fazer desse show -- que foi pra comemorar 10 anos de carreira -- um show diferente dos shows que vinham fazendo em turnê. Então chamaram o Hique Gomez e o Nico Nikolaiewsky, do Tangos & Tragédias, e o Lulu Camargo, tecladista do Karnak. Eles simplesmente reinventaram todas as músicas! Mas eu não vou ficar aqui falando não, o programa estreiou na MTV hoje, então ainda vai reprisar algumas vezes... quem não estiver afim de ver (ainda) mas quiser ler alguma coisa sobre o show, tem a nota que saiu n'O Globo. Até a VK deveria ver! ;]



Dia 9: Marrakech
Café da manhã, almoço e alojamento. Pela manhã visita da cidade. Tarde livre.

A quarta das cidades imperiais, Marrakech foi fundada em 1062 como capital da dinastia dos Almoravides, continuou no século XII como capital dos Almohades. O nome vem da expressão "Marra Kouch", que significa "Terra dos Kouch". Kouch era o nome dado a guerreiros da Mauritânia. O nome da cidade originou o nome do próprio país, quando os europeus pegaram o nome errado, primeiro transformando o "-ch" para "s" (o que daria algo como "Marrakes", bem próximo do "Marrocos" em português), e depois até mesmo tirando a terminação, até chegar no "Marroc" usado pelos franceses. Quando os Almoravides começaram sua conquista da Espanha, Marrakech recebeu muito da cultura cosmopolita da Andalucia. O poder dos Almoravides fez de Marrakech um grande centro comercial, e muitas riquezas entravam na cidade, transformando ainda mais sua arquitetura. Em 23 de março de 1147, os Almohades conquistaram Marrakech, e continuaram suas conquistas pelo norte da África e através do Mediterrâneo, capturando Sevilha, Córdoba e Granada. Quando a cidade foi capturada pelos Merinids em 1269, ela entrou em um período de declínio de dois séculos e meio, já que os Merinids já tinham sua capital em Fez.


Marrakech



Marrakech



Marrakech



Marrakech
Photo by Tore Kjeilen/LexicOrient. Used with kind permission from Adventures of Morocco.


A mesquita de Koutoubia, uma das atrações de Marrakech, foi originalmente construída em 1147, mas logo depois foi demolida por não estar corretamente alinhada com Mecca. Foi terminada em sua forma atual em 1199. Ela pode ser vista praticamente de qualquer ponto da cidade.


Mesquita de Koutoubia
Photo by Tore Kjeilen/LexicOrient. Used with kind permission from Adventures of Morocco.


Um ponto que eu achei interessante foi o palácio construído por ordem de Abu Ahmed, um escravo negro que chegou ao poder no final do século XIX. O palácio se chama "El Bahia" e foi o nome mesmo que me chamou a atenção! =] Tinha o objetivo de ser o maior palácio da sua época, e servui de residência para o general francês Lyautey.

Tem também o souk (mercado) de Jma-l-Fna, que é o típico mercado marroquino que vemos nos filmes: encantadores de serpentes, acrobatas, contadores de histórias...


Jma-l-Fna souk


E, como não poderia deixar de ser, a Medina de Marrakech.

20020725

Dia 8: Fez - Beni Mellal - Marrakech
Café da manhã, saída para Kenitrá e Beni Mellal (almoço livre). Continuando até Marrakech. Jantar e alojamento.

Kenitra é, ao contrário das outras cidades marroquinas que a gente viu, muito muito nova. Foi fundada em 1912, pelos franceses, para aproveitar o comércio entre Meknes e Fes, e o que vinha pela costa. Também como um forte militar em substituição a Larache, que havia sido incorporado à zona espanhola.

Olha o que eu achei também: Kingdom of Morocco.

Já Beni Mellal aparentemente não é uma cidade turística. Não tem nada de interessante, pelo visto. =P
Por sinal, acho que o dia hoje foi só viagem mesmo, porque pelos mapas que eu vi do Marrocos, Fez fica bem longe de Marrakech... E a Fê já tinha comentado comigo que as viagens lá têm sido muito cansativas, exatamente por tomarem tanto tempo.

Hoje vou ficar por aqui. Marrakech só amanhã.

20020724

Hoje vamos por partes, como diria Jack, O Estripador (nossa, essa é velha demais).

Parte um:

Uns dias atrás vi nas referências do sitemeter que alguém tinha vindo de algum lugar chamado FLOCGEL. Não entendi nada e fui lá ver o que era. Abri, olhei rapidamente a página, e vi que a Carla (joakina) é uma das escritoras desse blog (pois é, é um blog coletivo). Até aí tudo bem, porque de uma outra vez tinha acontecido isso também com o Massaro's Dancing Club, e eu imaginei que ela tinha mania de trocar de blogs e colocar links pro meu nos dela. =]
Até que hoje, chegando em casa, fui ver os comentários do blog e tinha um lá falando de "não-thor". Não entendi direito, mas me lembrei que tinha visto um desenho do Thor no FLOCGEL e fui lá pra ver do que se tratava. Não vou ficar aqui explicando o que é um Thor pra elas, quem quiser é só seguir o link (que vai ficar ali do lado, tá Carla?). Mas comecei a ler o blog e vi que o motivo da visita e do comentário "inusitados" foi uma, digamos, homenagem que fizeram a mim e à "viagem virtual" que estou fazendo. Obrigado, meninas!!!



Parte dois:

Ligando mais uma vez pro Marrocos... Peguei o telefone do hotel e disquei.

- "Alou? Bon soir!"

Pedi ao mohammed que verificasse se tinha alguma Fernanda no lobby do hotel. É óbvio que ele não entendeu nada. Repeti e nada, até que ele, tentando entender o que eu queria, repetiu o nome, e eu ouvi a voz da mãe da Fê ao fundo perguntando se era o sobrenome delas que ele estava chamando. E eis que a Fê atende o telefone!!! YAY!

Perguntei se ela estava esperando há muito tempo no lobby, e ela disse que não, que tinham acabado de entrar no hotel e estavam passando pela recepção. Isso que é timing, heim! Falou também que tinham acabado de voltar do show, e que tinham casado ela lá. COMO É QUE É??? Aí ela explicou que no show eles faziam um casamento de 4 mulheres com um homem, que era pra mostrar como era um casamento polígamo, e ela foi uma delas. Casaram as moças com um paulista. Tadinhas... =] Só espero que não seja paulista "a-la" Thyrso. E, falando em Thyrso, a Fê logo me perguntou quem tinha vencido o BBB2, e eu falei que não ia contar, que ela não merecia porque era só sair um pouquinho de perto que já casando com qualquer um =] hahahaha!!!
Perguntei por que ela não tinha descido ontem pra falar comigo no telefone, e ela me disse que o mustapha falou tudo errado pra elas, que ele disse que era pra descerem pra ver o número de quem ligou, e não que eu estaria ligando mais tarde. Que elas é que ligaram pra recepção pra saber o que estava acontecendo. E, como ela não tinha dormido direito na noite anterior, em Tanger, ela ficou no quarto dormindo enquanto a mãe ia ver o que era. Falando do hotel de Tanger, ela disse que os quartos eram muito ruins, tinha um povo mal-encarado, que dava até medo. E isso me lembrou de uma página que eu encontrei ontem, falando do lado ruim das viagens a esses lugares...
Falou ainda que foram na medina de Fez hoje, e depois andaram pelo comércio da cidade nova. Disse que a medina é muito pequena, tudo muito apertado e amontoado, e que tem que prestar atenção pra não se perder do guia, de tanta gente entrando na frente oferecendo mercadoria e querendo negociar preço!!

Então vou aproveitar as dicas e tentar procurar informações sobre estes dois lugares hoje.



Parte três:

Dia 7: Fez
Café da manhã, almoço e alojamento. Pela manhã, visita da cidade. Tarde livre.

Fundada em 789, Fez foi a capital do Marrocos por mais de 400 anos. Seus ápices durante a história foram nos séculos XIV e XVII. Em 1912, quando a França fez de Rabat a nova capital, a importância política de Fez começou a diminuir, mas seu papel religioso e cultural continua até hoje, localizada entre as duas famosas mesquitas de Al-Qarawiyin e Al-Andalus no centro da medina.
Em 789, uma picareta feita de ouro e prata - "fas" em árabe - foi presenteado ao Moulay Idriss I, para ser usada ao traçar os contornos da cidade. Por isso o nome da cidade. Se bem que, se fosse em português, eu acho que ninguém ficaria muito fleiz em nascer ou morar em uma cidade chamada "Picareta" né?
Fez é outra das quatro cidades imperiais do Marroco, sendo as outras duas Rabat e Marrakech.


Fez.


Opa! Não era bem isso que eu queria...


Fez.
Photo by Tore Kjeilen/LexicOrient. Used with kind permission from Adventures of Morocco.


Ah, agora sim!
Tem essa também:


Fez.


Olha só quanta antena parabólica!! Mas agora já tá bom de foto panorâmica né...

Na Medina, um labirinto de vielas irregulares, se amontoam lojinhas e oficinas. Este é o centro comercial, a Kissaria. A Medina é a parte mais antiga e o centro histórico das cidades marroquinas. As medinas eram o centro comercial das cidades até o período colonial, quando uma cidade nova, ou "Ville Nouvelle", foi construída em todos os centros urbanos.

(obs: o link aí de cima é pra alguma empresa de aluguel de casas na medina de Fez, mas tem informações interessantes...)


Bab Boujloud (portão) - acesso à Medina de Fez


A parte mais antiga de Fez, chamada de Bali, foi em grande parte salva pelo general francês Lyautey. Quando a França tomou controle do Marrocos na época da I Guerra Mundial, ele fez tudo o que podia para proteger as estruturas medievais do desenvolvimento moderno. Com isso, Fez el Bali mantém sua estrutura medieval até hoje, sendo uma cidade medieval funcional ainda nos dias de hoje, com ruelas estreitas demais para se passarem carros, e onde burros e mulas são meio de transporte comum.

A mesquita de Fez é enorme, e dizem que, caminhando pela cidade velha (medina), se tem a impressão que a mesquita não acaba nunca. De tempos em tempos se descobre uma entrada para uma mesquita, mas logo se descobre que é sempre a mesma mesquita! Isso acontece porque as partes mais importantes da cidade velha fazem um círculo em volta da mesquita, chamada Kairaouine.


Kairaouine (mesquita)



Palácio Real


E, só pra não deixar de lado as curiosidades, Fez tem um Festival de Música Sacra Mundial!!!

20020723

Finalmente! Chegou o dia que todos esperavam! O dia de tentar ligar para fora e falar com a Fê!!!

Então vamos lá! Ontem ela chegou no Marrocos - Tanger. E hoje chegaram a Fez. E foi pro hotel em Fez que eu liguei.
Cheguei em casa do trabalho e fui direto para o telefone pra ligar, porque estamos a 3 horas de diferença do Marrocos, então lá já seria quase meia-noite. Peguei o número do telefone no roteiro e liguei.

- "Alou? Bon soir!"
- "Do you speak english?"
- "Yes, yes"
- "Is this Hotel Menzeh?"
- "Yes, of course"

Como assim "of course"?? Tô ligando do Brasil pro Marrocos, sei lá se eu disquei direito!! =]
Disse que estava querendo falar com a Fernanda, e dei nome e sobrenome dela. E, lembrando das experiências do ano passado, soletrei também o nome. E o mohammed lá do outro lado:

"Moment, moment, please, moment!!"

Me disse que não tinha encontrado nem a Fê nem a mãe dela, mas que tinha um outro Hotel Menzeh na cidade, e me deu o telefone. Liguei. Atendeu um outro mustapha:

- "Alou? Bon soir!"
- "Do you speak english?"
- "Yes, yes"
- "Is this Hotel Menzeh?"
- "Yes, yes"

Disse que queria falar com uma hóspede do hotel.

- "I don't understand what you want."
- "I want to talk to someone."
- "OK, no problem, what number room."
- "I don't have the room number, but I can give you her name."
- "OK. Give me name (...) can wait few minutes? Do you want call before?"
- "What???"
- "Can you call before? AFTER! Can you call me after?"
- "OK"
- "Welcome!"

E desligou. "Welcome"??? hehehehe... Esperei um pouco e liguei "after".

- "Alou? Bon soir!"
- "Good evening" (pra não precisar ficar perguntando se fala inglês, já fui impondo mesmo) "I called trying to talk to a guest"
- "Can wait few minutes? I want to put you to..."

E mandou a ligação pro quarto. Ou pelo menos eu acho que mandou. Ficou fazendo beep-beep e de repente ficou mudo. Liguei de novo:

- "Alou? Bon soir!"
- "Good evening, I called..."
- "I put you to..."

E mandou de novo. Acho que o mustapha já tava ficando de saco cheio de mim. O telefone fez uns beep-beep de novo, e ouvi a mãe da Fernanda dizendo "alô". Tentei falar, mas a ligação caiu logo depois. Liguei de novo pro hotel pra falar com o mustapha.

- "Alou? Bon soir!"
- "Good evening, I just called and I think there may be a problem connecting to the room."
- "Yes, maybe. Can you call after. Call five minutes. I want tell your.. friend.. to come here."
- "OK"
- "Welcome"
- "Thank you."

E esperei mais um pouco. E liguei de novo. E o mustapha me atendeu cripticamente:

- "Alou? Bon soir!"
- "Good evening, I..."
- "Yes..."
- "Is she..."
- "She not here yet."
- "Ok."
- "Welcome."

E esperei mais e liguei de novo.

- "Alou? Bon soir!"
- "Good evening, I..."
- "Moment, moment, she here"

Finalmente!!! Eu ia conseguir falar com a Fê! Ainda mais que hoje era um dia especial, aniversário de namoro. Mas quem atendeu foi a mãe dela. Disse que ela resolveu descer até a recepção, mas que o mustapha não tinha falado com ela. Ela pensou que fosse o pai da Fernanda tentando falar com elas, e como estavam cansadas (já estavam até dormindo), a Fernanda ficou no quarto e ela desceu. Então tá, começamos a conversar, ela disse que o hotel que ficaram em Tanger era muito ruim, mas o de Fez era bom. Disse que não tem nada disso de os homens ficarem olhando, as pessoas se vestirem como na novela, que é muito folclore em cima de tudo isso. Disse que os próprios marroquinos falam que quem usa aquelas roupas é só quem segue muito a religião mesmo. Ficamos combinados que eu ligo amanhã de novo, já que à noite vão ver um show e devem voltar ao hotel por volta das 23h, e vão ficar lá pela recepção mesmo pra não ter esse tipo de problema de novo. E foi isso. Vamos ver se amanhã eu consigo...

E agora, de volta à nossa programação normal:



Dia 6: Tanger - Meknes - Fez
Café da manhã e saída com destino a Meknes com visita. Almoço livre, continuando viagem até Fez. Jantar e alojamento.

Como Tanger aparentemente foi só pra dormir, vou pular também. Fica aqui um link pra quem quiser ver, mas é em francês.

Meknes é uma das quatro cidades imperiais do Marrocos e foi fundada durante o século XI. Sob o reinado de Moulay Ismaîl (1672-1727), conheceu um período de grande prosperidade. Foi escolhida capital por motivos ao mesmo tempo estratégicos, políticos e geográficos. É chamada de "Versailles Marroquina". Quando uma princesa francesa recusou a mão do sultão em casamento, ele jurou que construiria um palácio que faria frente a Versailles em espendor.

Algumas fotos de Meknes:


Meknes



Meknes



Meknes



Meknes



Meknes


Fez fica pra amanhã também...

20020722

Dia 5: Sevilla - Jerez - Cadiz - Algeciras - Tanger
Café da manhã e saída até Jerez. Visita de umas bodegas de vinho. Continuação a Cádiz, tour panorâmico e saída até Algeciras. Embarque em Ferry rumo a Tanger. Desembarque e traslado ao Hotel. Jantar e alojamento.

Bastante coisa pra se ver hoje... Sevilla nós vimos ontem, então vamos logo até Jerez.

Jerez é conhecida mundialmente por seu vinho, o "jerez", "xerez" ou "sherry". Suas origens remontam à cidade fenícia de "Xera", logo romanizada com o nome de "Ceret", e a "Scherisch" muçulmana que teria grande papel econômico e militar até cair em mãos cristãs em 1264, conquistada por Alfonso X, o Sábio. Durante os séculos XII e XIII a Jerez hispano-muçulmana passou por um período de intenso desenvolvimento, incluindo a construção de edificações civis e religiosas e as muralhas que ainda hoje cercam o centro da cidade. Na época do Descobrimento do Novo Mundo, Jerez já é uma das mais importantes cidades andaluzas. Durante o século XVIII, e sob administração dos Bourbons, Jerez experimenta um desenvolvimento paralelo à modernização do país. Foi durante esta época que se apresentou o vinho de Jerez ao mundo através das rotas comerciais criadas epla maior potência mundial de então, a Inglaterra, o que favoreceu o crescimento econômico da cidade.

Saindo um pouco da história e, aproveitando que encontrei "curiosidades" para Madrid (show da Daniela Mercury) e Sevilla (cenário de SWEP2), vale dizer em Jerez se localiza um circuito de motovelocidade que foi utilizado em sete Grandes Prêmios de Fórmula-1, de 1986 a 1997. Destes, dois foram vencidos pelo Ayrton Senna.


Circuito de Jerez =P


As bodegas de vinho se espalham por toda a cidade, e têm uma arquitetura característica. O clima de Jerez não é o mais adequado para a criação de vinhos de qualidade, o que fez com que os bodegueros adequassem as condições arquitetônicas das bodegas para diminuir os aspectos negativos e aproveitar os positivos. Têm janelas altas, porém cobertas, por onde entra o ar, mas muito pouca luz, e o chão arenoso e úmido, que ajudam a manter a temperatura constante durante todo o ano.


Bodega de vinho em Jerez


Depois disso passamos por Cádiz, que tem em sua história o mérito de ser "a cidade dos autênticos donos do comércio Mediterrâneo durante quase um milênio". Com a romanização da cidade, ela aparece como ponto de partida romano para a conquista da Iberia e como centro de controle institucional das cidades da área. A partir do século VIII entra na órbito do mundo muçulmano. A participação da cidade no comércio muçulmano seria pequena e insuficiente para fazer de Cádiz uma cidade de primeiro porte, pois outros portos eram os preferidos, entre eles Algeciras, que era o trajeto mais curto até o continente Africano.

A Catedral de Cádiz começou a ser construída em 1722 em estilo barroco e foi terminada no século XIX em estilo neoclássico. Seu tesouro é o terceiro mais importante da Espanha.


Catedral de Cádiz


O antigo centro da cidade era cercado por muralhas, chamadas "Puertas de Tierra". Grande parte destas muralhas foi derrubada no início do século XX. Elas faziam parte de um sistema de combate a incêndios na cidade, além de proteger a cidade contra ataques (ooohhh!!!).


Puertas de Tierra


Depois de Cádiz, Algeciras... Como já disse antes, Algeciras representa o ponto mais próximo do continente Aficano. Por isso sempre foi o ponto de entrada na Península, vindo da África. No ano de 711 o invasor muçulmano Tariq derrotou o rei Don Rodrigo, sendo este o momento do início do domínio muçulmano na Península.

E, por ser o ponto mais próximo da África, é de lá que saem as barcas para o Marrocos. A travessia dura entre 1h30, e 2h30m.


Plaza de Toros em Algericas


Tanger fica pra amanhã...

20020721

Dia 4: Sevilla
Café da manhã, almoço e alojamento. Visita monumental e panorâmica. Tarde livre.

Hoje eu ia tentar ligar pra Fê em Sevilha, mas ela foi mais rápida e me ligou à tarde. Disse que é mais difícil ligar do Marrocos pro Brasil do que fazer o caminho inverso, então vou ter que me aventurar e ligar pro Marrocos... já tô esperando alguma "aventura" como aquela ligação pra República Tcheca do ano passado. E eu que pensei que fosse poder gastar meu espanhol!

A Fernanda disse que está adorando, e que foi na catedral de Sevilha e que é linda.

Quando comecei a procurar sobre Sevilha, achei um dado, por assim dizer, nerd: a cidade serviu de cenário para o filme Guerra nas Estrelas Episódio II: O Ataque dos Clones!!!

Sevilha também é cenário da opera Carmen, de Bizet. No site InfoSevilla, na parte de turistmo, tem um tour a pé seguindo os passos de Carmen. Segundo a página, a ópera é baseada em uma história do escritor francês Mérimé, que cita vários pontos da cidade.

Pelo que encontrei, a tal "visita monumental" passa, como o nome sugere, pelos principais monumentos da cidade. Estes monumentos são a Catedral de Santa María de la Sede, a torre da Giralda, os Palácios Reais e o bairro de Santa Cruz.

A Catedral é a segunda maior do mundo, ficando atrás apenas da basílica na Cidade do Vaticano. Foi construída no mesmo local da maior mesquita dos almohades do século XII, que por sua vez havia sido construída por cima de uma igreja visigoda. Apenas o Patio de los Naranjos e torre, conhecida como La Giralda restam da mesquita. Levou mais 100 para ser construída, e sua decoração interior mais de 300.


Catedral de Santa María de la Sede


A Giralda foi construída entre 1184 e 1198. Segundo o Virtourist.com, ela tem duas "irmãs gêmeas": uma em Marrakech e a outra em Rabat. São as três torres almohades mais antigas do mundo.


La Giralda


Os Palácios Reais (Reales Alcázares) - Abd Al-Rahman III (aquele, lá da história de Córdoba) ordenou em 913 a construção do Alcazar, uma palácio-fortaleza que se transformaria na moradia de vários monarcas.


Reales Alcázares


Amanhã já é dia de ir pro Marrocos.... só espero que não tenha que passar por Perejil =]

20020720

Dia 3: Madrid - Cordoba - Sevilla
Saída do hotel para o Terminal da Pullmantur, Praça do Oriente, às 08:00, com destino até Cordoba. Visita de sua Mezquita, prosseguindo a Sevilla. Jantar e alojamento.

Vou procurar coisas de Mdarid e Cordoba hoje. Sevilla fica pra amanhã.

Hmmmm, interessante, descobri que vai ter um show da Daniela Mercury amanhã em Madrid... =]

E, bom, como não tenho muita indicação do que ver durante a viagem dessa vez, vou misturar um pouco. Fuçar um pouco o MuniMadrid, que eu achei bem interessante, e também pedir ajuda ao Virtourist, que eu usei no ano passado também...

Vou começar pelo Museo Del Prado, que fica no "melhor edifício neoclássico de Madrid" e apresenta obras dos séculos XII a XX distribuídos por dois prédios: do século XII ao XVIII, mais as obras de Goya, no Edifício Villanueva, e dos séculos XIX e XX no Casón del Buen Retiro. A maior parte das obras são pinturas, mas também tem esculturas, tapeçarias, moedas, etc. Os nomes incluem Goya, El Bosco, Rubens, El Greco, Tiziano, Rafael, entre outros.


Museo del Prado - Edifício Villanueva



Museo del Prado - Casón del Buen Retiro


Parece que o Museo Thyssen Bornemizsa também é interessante, mas eu infelizmente não consegui ver nem a primeira página do site...

E outro museu no Paseo del Prado é o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Não vou entrar muito em detalhes sobre este museu, mas só o fato de ter "Guernica", de Pablo Picasso, no acervo já vale o interesse. Além disso, tem também obras de Joan Miró e Salvador Dalí, que eu, particularmente, gosto muito.


"Guernica" (1937), de Pablo Picasso - Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia



"Femme en transe par la fuite des toiles filantes" (1969), de Joan Miró - Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia



"Muchacha en la ventana" (1925), de Salvador Dalí - Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia


Olha! Achei outro site sobre Madrid que também parece interessante: MultiMadrid. Foi lá que eu consegui essa webcam da Plaza Mayor:





If you don't see the webcam image of the Plaza Mayor here your web browser either
does not support Java or you have the Java console disabled ! Please correct the
problem or update your browser version, it is well worth it. Thanks, Jeremy.


Na Plaza Mayor é onde fica a Prefeitura da cidade, ou "ayuntamento". Aquele site que eu indiquei ontem, o MuniMadrid, é o da prefeitura. Esta área costumava ser utilizada como centro comercial, e originalmente não estava protegida pelas muralhas da cidade, vindo a ser incorporada à muralha no século XV. A praça era também utilizada para eventos importantes, como casamentos reais, touradas, autos de fé para a Inquisição, etc. No século XVII a praça foi refeita em estilo neoclássico e uma estátua de Felipe III foi erguida, dando um fim a estes eventos.

Da mesma forma que fiz ano passado, quando "estive" em Portugal, vou colocar aqui também o link para um dos times de futebol madrilenhos, o Real Madrid. Quem quiser se aventurar, é só clicar aí no link. Eu dispenso. =]

Na Espanha também deve ser muito difícil não ver alguma coisa relacionada às toreadas, e a mais famosa plaza de toros é a Plaza de Toros de Las Ventas, onde todos os anos, na festa de San Isidro (padroeiro da cidade), fazem um evento especial com os maiores toureiros.


Plaza de Toros de Las Ventas


Outro ponto turístico é o Palácio Real, que costumava ser a moradia da família real espanhola, mas hoje é utilizado apenas para eventos de maior importância política ou religiosa. A leste do palácio está a Plaza de Oriente que, segundo o roteiro, é de onde se parte para Cordoba.


Palacio Real de Madrid



Plaza de Oriente


Cordoba se originou de um povoado indígena de nome "Corduba" que, em 152 a.C. se transforma em colônia latina com a chegada de tropas romanas. Com as guerras civis entre Cesar e Pompeu, Córdoba ganha sua importância na história, dividida entre os dois generais, porém com grande número de partidários de Pompeu, visto que a cidade foi quartel general de suas tropas. Com a vitória de Cesar, sofre grande destruição e perda demográfica. Depois do fim das guerras civis, a cidade foi ganhando importância, recebendo o status de colônia e se convertendo em capital da recém-criada província de Bética. No século V, porém, foi saqueada por vândalos, o poder romano foi desaparecendo, e um duque visigodo se baseou em Bética. Foi conquistada em 711 pelo invasor árabe Tariq. No quinto ano da dominação árabe, Córdoba é designada capital das terras de Al-Andalus, que até então tinha como capital Sevilha. A mesquita da cidade começa a ser construída em 786, durante o governo de Abd Al-Rahman I, que havia se transformado na única autoridade da Andalucia em 756, ao derrotar o emir nas portas da cidade. Seus sucessores propiciaram o desenvolvimento cultural da cidade. A construção da mesquita é completada sob o governo de Abd Al-Rahman II. A civilização árabe foi se integrando cada vez mais, sendo aceita sem problemas pelas famílias dos antigos visigodos, mas teve que vencer a oposição dos cristãos. Em 929, Abd Al-Rahman III toma o título de Califa e transforma Córdoba em um califato independente de Damasco e a cidade de maior crescimento, cultura e população da Europa. A mesquita é ampliada mais uma vez. E, 1013 o califato deixa de existir, devido a guerras civis. Em 29 de junho de 1236, Córdoba cai em poder da dinastia castellanoleonesa de Fernando III, que chegou com seus seguidores e com a Virgem de Linares (opa!!!), cuja imagem se conserva no santuário de mesmo nome situado a 12km da capital. A população muçulmana é erradicada da cidade.

Segundo o roteiro, o ponto de visita em Córdoba é a Mesquita, e eu acho que vou ficar por isso mesmo porque acho que já escrevi bastante por hoje... A mesquita é uma mistura de estilos, devido às repetidas reformas que sofreu durante nove séculos. Em 1236 ela é convertida em catedral por San Fernando, e começaram a ser adicionados vários elementos e símbolos do culto católico. A partir daí os bispos que se sucederam trataram de realizar transformações na obra muçulmana para adaptá-la às exigências do culto cristão. Chegou ao ponto de construírem uma catedral católica bem no meio da mesquita! Ela é hoje o monumento islâmico mais importante do mundo ocidental, e a maior mesquita do mundo. Também, depois de nove séculos de expansões....


Mesquita de Córdoba (cartão postal!!)


E amanhã vemos Sevilha...