20020727

Dia 10: Marrakech - Casablanca - Rabat
Café da manhã e saída até Casablanca, visita panorâmica (almoço livre). Continuando a viagem até Rabat, visita da cidade. Jantar e Alojamento.

Casablanca é conhecida mundialmente, se não por mérito próprio, então pelo menos pelo filme.

Sua origem remonta a uma cidade medieval chamada Anfa, que foi capital de um principado Berbere depois das invasões árabes nos séculos VII e VIII. No século XI os Almoravides declararam guerra santa contra os Berberes (que haviam se desviado do Islã, elegendo seu próprio profeta, e um "qur'an" em língua berbere), que foram finalmente derrotados pelo sultão almohade Abdul Mou'min. A cidade ficou sob a influência dos Merimids durante o século XIII mas logo se tornou independente quando a dinastia enfraqueceu. Foi destruída pelos portugueses em 1468, em represália à pirataria. Eles enviaram uma frota de 50 embarcações e 10.000 soldados para ocupar a cidade, que foi saqueada e abandonada. Logo depois a pirataria recomeçou e os portugueses voltaram em 1515 e destruíram a cidade mais uma vez. Em 1575 a cidade foi reconstruída e chamada de Casa Branca pelos portugueses, numa tentativa de estabelecer o controle na área, mas os governantes portugueses eram constantemente atacados por tribos muçulmanas das redondezas e foram finalmente forçados a abandonar a cidade após um terremoto em 1755. Sob o reinado de Sidi Mohamed ben Abdallah (1757-1790) a cidade foi reconstruída e renomeada Dar Al Beida (Casa Branca), que os espanhóis mais tarde traduziriam como Casablanca depois que o comércio se tornou bem estabelecido com mercadores de Cádiz e Madrid. Depois de uma rebelião, o porto foi fechado e todo o comércio com a Europa foi desviado para Rabat. Em 1830 o porto foi reaberto mas o comércio continuou lento por um tempo. Apenas na metade do século XIX Casablanca começou a crescer como resultado de comércio marítimo regular entre o Marrocos e a Europa. As relações comerciais entre Casablanca e a Europa se fortaleceram com o desenvolvimento das instalações portuárias e o estabelecimento de serviços marítmos regulares entre o Marrocos e Maresilles. A influência francesa aumentou durante o resto do século XIX. Em 1906 foi inciada a construção de um novo porto sob supervisão francesa, mas em 30 de julho de 1907 nove trabalhadores franceses foram massacrados e o consulado francês foi sitiado. O governo francês mandou uma força expedicionária e ocupou a cidade. Em 1912 o General Lyautey (é, esse aí já apareceu tanto nas histórias das cidades que eu resolvi descobrir quem era...) foi designado general residente e completou a construção do porto, fazendo de Casablanca o centro econômico do país. Com isso a cidade se transformou no maior centro metropolitano do país até a independência em 1956. Hoje é a maior cidade do Marrocos, com 60% de todas as companhias marroquinas e praticamente todos os bancos com suas matrizes na cidade.


Casablanca - Mesquita de Hassan II ao fundo



Casablanca - Mesquita de Hassan II em primeiro plano



Casblanca


O principal (e talvez único) ponto realmente turístico em Casablanca é a Mesquita de Hassan II, uma das maiores e mais espetaculares do mundo. Sua nave principal tem capacidade para 25.000 pessoas, e outras 80.000 podem ser acomodadas em sua praça externa. Tem também a torre mais alta, com 200m. O rei do Marrocos na época, Hassan II, mencionou esta mesquita pela primeira vez em 1980, dizendo que a construiria na água, porque o trono de Deus é na água. Ela foi inaugurada em 1993. A mesquita foi financiada por doações, e o custo toal foi estimado em US$800.000.000,00!!!!!!!


Mesquita de Hassan II à noite



Mesquita de Hassan II


Um link que encontrei pra quem quiser se aventurar: a Rádio Casablanca, com direito a streaming! "Play it again, Sam."

Uma coisa interessante enquanto eu procurava as informações sobre Casablanca foi que, por causa da popularidade que a cidade ganhou com o filme, você encontra as coisas mais diferentes usando o nome da cidade. Exemplos? Um drink, banda de festa, provedor de acesso à internet tcheco, cybercafe polonês, time de futebol, loja de quadrinhos, agência mineira de publicidade, orquestra, agência de modelos, além da infinidade de hotéis, bares e restaurantes... dá pra ver que foi um pouquinho mais difícil de achar informações que as outras cidades né?

Como amanhã é outro dia de viagem, voltando pra Espanha, então vou deixar Rabat pra amanhã também...

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